Ronaldo Revela que Ancelotti Queria Treinar a Seleção, mas Real Madrid Barrou Negociação
Ronaldo Fenômeno revelou que Carlo Ancelotti desejava comandar a Seleção Brasileira, mas o Real Madrid não liberou o técnico. Entenda os bastidores da negociação e as críticas à CBF
- atualizado
Foto: Lance! Media Group
Em entrevista ao Charla Podcast, Ronaldo Fenômeno revelou um bastidor importante sobre a tentativa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em contratar o técnico Carlo Ancelotti para comandar a Seleção Brasileira. Segundo o ex-jogador, o técnico italiano demonstrou interesse real em assumir a equipe, mas a negociação não evoluiu por conta da recusa do Real Madrid em liberá-lo.
Ronaldo afirmou que chegou a conversar diretamente com Ancelotti e que sugeriu ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que esperasse pelo treinador. Na época, Ancelotti ainda possuía contrato com o clube espanhol até junho de 2024, o que tornou a operação delicada. Mesmo assim, a CBF considerava viável aguardar o término do vínculo para que o treinador pudesse assumir o comando da Seleção.
"Falei com ele. Ele queria vir. Estava muito interessado. A conversa foi boa, mas infelizmente o Real Madrid não liberou. O contrato dele ainda estava em vigor e o clube fez questão de mantê-lo. A CBF tinha vontade de esperar, mas aí veio a renovação até 2026 e o sonho acabou", explicou Ronaldo durante a entrevista.
O episódio frustrou os planos de uma parte da diretoria da CBF que via em Ancelotti o nome ideal para liderar a reconstrução da Seleção Brasileira após a eliminação na Copa do Mundo de 2022. O treinador italiano tem no currículo uma vasta coleção de títulos, além do respeito de jogadores e dirigentes pelo mundo todo. Seria a primeira experiência de Ancelotti em seleções nacionais, o que também gerava grande expectativa.
Com a negativa do Real Madrid, a CBF seguiu com o plano B e efetivou Fernando Diniz como técnico interino. O treinador, que também comandava o Fluminense, acumulou as funções por alguns meses, mas não obteve os resultados esperados e acabou deixando o cargo. Em seu lugar, assumiu Dorival Júnior, atual comandante da Seleção Brasileira.
A fala de Ronaldo também trouxe à tona críticas à gestão da CBF. O ex-camisa 9 afirmou que há sérios problemas estruturais e políticos dentro da entidade que vêm atrapalhando o desempenho da Seleção em campo. Segundo ele, a falta de estabilidade e de uma liderança sólida contribuem para decisões mal conduzidas e para o ambiente de incertezas na equipe nacional.
"A Seleção precisa de um projeto sério, com visão de longo prazo, com gente comprometida. E infelizmente, o que a gente vê na CBF são disputas políticas, interesses pessoais e pouca transparência. Isso interfere diretamente no que vemos em campo", declarou Ronaldo.
- As declarações do Fenômeno repercutiram rapidamente entre torcedores e jornalistas esportivos. Muitos concordaram com o ídolo e apontaram que a Seleção tem vivido uma fase de transição sem um rumo claro, especialmente após a saída de Tite, que comandou a equipe por mais de seis anos.
- Além disso, o nome de Ancelotti continua sendo lembrado com saudade por muitos, que acreditam que ele poderia ter iniciado uma nova era de sucesso na Seleção, unindo experiência, respeito dos jogadores e uma visão moderna de futebol. No entanto, com o novo contrato estendido com o Real Madrid até 2026, as chances de vê-lo à frente do Brasil ficaram ainda mais distantes.
Dorival Júnior, por sua vez, tenta dar continuidade ao trabalho com um grupo jovem e em renovação. Ele já convocou novos nomes e tem buscado retomar a confiança do torcedor com um estilo mais objetivo e voltado para os resultados. Mesmo assim, o peso da camisa e a pressão por títulos continuam altos, especialmente com a aproximação da Copa América de 2024 e as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
No fim das contas, a revelação de Ronaldo escancara um capítulo importante e pouco conhecido dos bastidores da Seleção Brasileira. Mostra também como o futebol vai muito além das quatro linhas e como decisões políticas, interesses institucionais e a condução de bastidores podem interferir diretamente no futuro de uma equipe cinco vezes campeã do mundo.
