Os Times que Mais Trocaram de Técnico na Série B 2024

A Série B do Brasileirão 2024 registrou 28 trocas de técnicos até a 32ª rodada. Descubra quais clubes lideraram em mudanças e os impactos dessa instabilidade no torneio.

- atualizado
Chicão Rodrigues
do Campeonato Brasileiro COMPARTILHE
Os Times que Mais Trocaram de Técnico na Série B 2024 Foto: Divulgação

A Série B do Campeonato Brasileiro de 2024 foi palco de uma intensa rotatividade de treinadores, refletindo a pressão por resultados imediatos e a instabilidade que permeia o comando técnico das equipes no futebol nacional. Até a 32ª rodada, um impressionante total de 28 trocas de técnicos foi registrado entre os 20 clubes participantes, evidenciando a falta de paciência com projetos a longo prazo e a predominância de uma cultura reativa no futebol brasileiro.

Clubes com Maior Número de Trocas de Técnicos

  • Coritiba: Líder em mudanças no comando técnico, o clube paranaense contou com cinco treinadores ao longo do torneio: Guto Ferreira, Guilherme Bossle, Fábio Matias, James Freitas e Jorginho. Essa sequência de trocas reflete a dificuldade do clube em se encontrar na competição, o que impactou diretamente no desempenho e na confiança da equipe.
  • Guarani: Também enfrentou alta rotatividade, com quatro técnicos assumindo o time: Claudinei Oliveira, Júnior Rocha, Pintado e Allan Aal, destacando um padrão de decisões emergenciais diante de maus resultados.

Outros Clubes com Múltiplas Trocas

  • CRB: Após um início irregular, passaram pelo comando técnico Daniel Paulista, Bruno Pivetti e Hélio dos Anjos, com cada treinador tentando impor sua filosofia de jogo em pouco tempo.
  • Sport: A equipe alternou entre Mariano Soso, Guto Ferreira e Pepa, buscando estabilidade no meio da tabela.
  • Avaí: Contou com Eduardo Barroca, Gilmar Dal Pozzo e Enderson Moreira, refletindo dificuldades em encontrar um modelo consistente.
  • Chapecoense: Teve como comandantes Umberto Louzer, Tcheco e Gilmar Dal Pozzo, vivendo uma das temporadas mais instáveis dos últimos anos.
  • Brusque: Aposta em Luizinho Lopes, Luizinho Vieira e Marcelo Cabo, com foco na tentativa de evitar a zona de rebaixamento.
  • Ponte Preta: Alternou entre João Brigatti e Nelsinho Baptista, mas enfrentou dificuldades em superar a irregularidade.
  • Vila Nova: Apesar do início promissor, trocou Márcio Fernandes, Luizinho Lopes e Thiago Carvalho, tentando manter-se competitivo nas fases decisivas.

Clubes que Mantiveram o Técnico Desde o Início

Apesar do cenário de instabilidade, quatro equipes representaram a exceção à regra ao manterem seus treinadores durante toda a competição:

  • Santos: Sob o comando de Fábio Carille, o clube se destacou pela confiança depositada no treinador e no elenco, o que refletiu em uma campanha consistente.
  • Novorizontino: Liderado por Eduardo Baptista, a equipe demonstrou organização tática e planejamento estratégico, tornando-se exemplo de gestão no torneio.
  • Mirassol: Com Mozart no comando, o clube se destacou por adotar um projeto de longo prazo, resultando em evolução dentro de campo.
  • Operário-PR: Treinado por Rafael Guanaes, mostrou que a estabilidade pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar metas no cenário competitivo da Série B.

A Rotatividade: Reflexo da Pressão no Futebol Brasileiro

A alta rotatividade de técnicos na Série B 2024 expõe um dos maiores desafios do futebol brasileiro: a falta de paciência para desenvolver projetos a longo prazo. Para muitos clubes, resultados negativos em poucas rodadas são suficientes para selar o destino de treinadores, ignorando o impacto que mudanças frequentes têm na coesão do elenco e no desempenho em campo.

Essa prática, além de comprometer a estabilidade técnica, resulta em custos elevados para as administrações dos clubes, que precisam arcar com rescisões contratuais e contratação de novos profissionais. Além disso, prejudica o desenvolvimento de jovens atletas, que precisam se adaptar constantemente a novos estilos de jogo e abordagens táticas.

A Estabilidade como Diferencial Competitivo

Os clubes que apostaram na continuidade do trabalho técnico, como Santos, Novorizontino, Mirassol e Operário-PR, provaram que a paciência pode ser um diferencial. Mantendo seus projetos desde o início do campeonato, essas equipes não apenas mostraram consistência em campo, mas também reforçaram a ideia de que planejamento estratégico é fundamental no futebol moderno.

Essa estabilidade permite o fortalecimento de uma identidade tática, melhora o desempenho coletivo e aumenta a confiança dos jogadores. Além disso, é um indicativo de um modelo de gestão que prioriza o trabalho a longo prazo, acima das pressões de curto prazo.

O Futuro da Série B

Com a reta final da competição se aproximando, a instabilidade continua sendo um fator determinante para muitos clubes, enquanto a estabilidade de outros serve de exemplo para mudanças na cultura esportiva. Resta saber se, nas próximas edições, mais clubes seguirão o caminho da continuidade e do planejamento, ou se a "dança das cadeiras" seguirá como uma marca registrada do futebol brasileiro.

A Série B 2024 ficará marcada não apenas pelos resultados dentro de campo, mas também pela mensagem deixada fora dele: a necessidade de equilíbrio entre resultados imediatos e a construção de um futuro mais sólido e sustentável.

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