Marta Critica Silêncio Após Vitória Histórica do Brasil
Marta desabafa após vitória da Seleção Feminina sobre os EUA: “Se fosse derrota, teria destaque”. Entenda o recado da Rainha do Futebol
- atualizado
Foto: Sam Robles/CBF
Na noite da última terça-feira, 8 de abril, a Seleção Brasileira Feminina de Futebol conquistou um feito histórico: venceu os Estados Unidos por 2 a 1 em um amistoso disputado na Califórnia. A vitória quebra um tabu de dez anos sem triunfos sobre as norte-americanas, uma das seleções mais vitoriosas do mundo.
Apesar da conquista, a repercussão da partida nas redes sociais e na mídia tradicional foi considerada tímida — e isso motivou um forte desabafo da camisa 10 da Seleção, Marta.
Marta celebra, mas faz alerta: “É sempre assim”
No dia seguinte ao jogo, Marta foi às redes sociais parabenizar suas companheiras pela atuação impecável em campo. Porém, ela também aproveitou para fazer um importante alerta. Segundo a jogadora, a vitória não teve a mesma repercussão que teria se fosse uma derrota.
“Se fosse uma derrota, já teria matéria em tudo quanto é canto. Mas quando a gente ganha, quase ninguém fala. É sempre assim”, afirmou a Rainha do Futebol em seu Instagram.
10 anos depois, uma vitória para entrar na história
A Seleção Brasileira não vencia as americanas desde 2014. Foram anos de confrontos difíceis, muitas vezes marcados por placares desfavoráveis e atuações dominantes do lado norte-americano. O jogo desta semana, portanto, representou mais do que um amistoso: foi a quebra de um ciclo, uma resposta em campo e uma motivação para o futuro.
A nova geração da Seleção mostra força
O time brasileiro entrou em campo com uma mescla de juventude e experiência, mostrando entrosamento, estratégia e intensidade. Jogadoras como Ary Borges, Geyse e Bia Zaneratto foram destaque na partida. A atuação da equipe foi elogiada por especialistas e torcedores nas redes sociais, que encheram a timeline de orgulho.
A vitória também renova as esperanças de um bom desempenho nos próximos grandes torneios: a Olimpíada de Paris 2024 e a próxima Copa do Mundo Feminina.
“Quando perde, todo mundo aparece. Quando ganha, some”
A fala de Marta traz à tona um problema antigo: a falta de cobertura e valorização do futebol feminino. A discrepância no tratamento dado às vitórias e derrotas evidencia como o interesse da mídia tradicional ainda é desigual.
Mesmo sendo uma das maiores jogadoras da história, Marta frequentemente precisa lembrar o público e os veículos da importância de dar visibilidade ao esporte praticado por mulheres.
Um apelo por mais respeito e reconhecimento
O desabafo da Rainha gerou reflexões e reações entre fãs e comentaristas. Muitos concordaram que o futebol feminino precisa de mais apoio, não apenas em momentos de crise ou polêmica, mas especialmente quando há conquistas para celebrar.
“É necessário cobrir, incentivar, divulgar e aplaudir. O futebol feminino é Brasil, é talento, é vitória. E precisa ser tratado com o mesmo carinho e respeito que qualquer outro esporte”, disse um torcedor nas redes sociais.
A mídia tem um papel fundamental
A fala de Marta também coloca uma responsabilidade sobre os ombros dos grandes veículos de comunicação. Sem cobertura, sem manchetes, sem destaque, a modalidade perde visibilidade e, consequentemente, apoio.
A vitória sobre os Estados Unidos deveria ser capa de jornal, abrir programas esportivos e virar pauta nas mesas redondas. Mas, como apontou a camisa 10, isso raramente acontece.
O silêncio também fala
Ao contrário de outras ocasiões em que a Seleção Feminina foi alvo de críticas após derrotas, dessa vez, mesmo com uma vitória expressiva, o silêncio predominou. Para Marta e para muitas outras atletas, isso é uma prova de que ainda há muito a se conquistar fora das quatro linhas.
Marta segue sendo a voz de uma geração
Aos 38 anos, Marta continua sendo uma referência dentro e fora de campo. Sua atuação pode ter sido fora das quatro linhas desta vez, mas foi, mais uma vez, decisiva. Ela fala por milhares de atletas que, todos os dias, enfrentam não só adversárias em campo, mas também a invisibilidade.
Vitória em campo, luta fora dele
Enquanto o Brasil celebrava discretamente a vitória, Marta usava sua voz para reivindicar algo maior: respeito, visibilidade e igualdade. Porque vencer os Estados Unidos é grande. Mas vencer o descaso é ainda maior.
