Empresas de Material Esportivo e os times da Série A

Seu clube vale quanto veste? Retorno da Umbro e ressurgimento da Topper no mercado da Série A predominam no varal do Campeonato Brasileiro 2018.

- atualizado
Lorenzo Junqueira
do Campeonato Brasileiro COMPARTILHE
Empresas de Material Esportivo e os times da Série A

Por Nilo Almeida

   Os uniformes utilizados pelos clubes de futebol são um dos fatores mais importantes na composição de suas identidades. Nos “mantos sagrados” vestidos pelos atletas e torcedores está inscrita a história de um time, a celebração dos momentos de glória e a recordação das maiores derrotas.

   Símbolos da paixão do torcedor, as camisas de futebol são hoje um produto de marketing muito explorado e que em muitos casos são a maior fonte de geração de renda para os clubes, superando o faturamento com negociações de jogadores e a venda de ingressos das partidas disputadas em seus domínios.

   Ao fim de cada temporada é comum o surgimento de especulações sobre quebras, renovações e principalmente novos contratos de fornecimento de material esportivo, desde os maiores clubes do futebol europeu até clubes de menor expressão em mercados emergentes no futebol.

   A disputa pelas melhores vitrines do mundo da bola faz com que grandes expoentes como Adidas, Nike, Puma e Under Armour se lancem numa corrida por inovações tecnológicas e desenvolvimento de estratégias de marketing cada vez mais sofisticadas, buscando o melhor aproveitamento da exposição destas marcas aliada a um bom rendimento financeiro para os clubes.

   Além dos contratos com fornecedoras de material esportivo a camisa do clube é seu principal produto de marketing, logo uma das principais fontes de receita. Os chamados patrocínios máster, cujos valores são mais altos e garantem ao investidor uma exposição privilegiada de sua marca aliada ao clube, ocupam posição de destaque em camisas que mais parecem páginas, repletas de anunciantes.

   O faturamento dos clubes explorando suas marcas tem sido um fator decisivo no desempenho desportivo apresentado no Campeonato Brasileiro da Série A. Nas últimas edições Corinthians (2015 e 2017) e Palmeiras (2016) se alternaram como campeões brasileiros, o clube alviverde venceu ainda uma Copa do Brasil (2015), e Corinthians conquistou o bicampeonato paulista em 2018.

   Com uma parceria milionária estabelecida com a Crefisa, o Palmeiras conta ainda com o patrocínio da Adidas que lhe rende cerca de R$ 20 milhões anuais, em um contrato firmado em 2006 e que termina em 2018. O clube paulista acertou com outra empresa alemã, a Puma, um contrato até 2021, e receberá cerca de R$ 25 milhões por ano.

   Podendo gastar, o alviverde montou o terceiro elenco mais caro do futebol brasileiro com um média de idade de 27,8 e avaliado em R$335 milhões. O Flamengo lidera este ranking com seu elenco avaliado em R$371 milhões e média de idade de 26,5 seguido pelo Grêmio, cujo plantel de média de idade de 27,1 está avaliado em R$346 milhões.

   Já o lado alvinegro de São Paulo vive situação oposta, e joga pelo segundo ano seguido a Série A do Brasileirão sem ter um patrocinador máster. Há anos o clube busca um contrato de namming rights para sua arena, inaugurada em 2014, onde o Corinthians já conquistou dois títulos do Campeonato Brasileiro, somando sete conquistas.

   Os times campeões nacionais em 2015 e 2017 foram desmontados e nem mesmo a melhor média de público do brasileirão nos últimos anos pode amenizar a falta de patrocínios, sendo inevitável que o time sofra recorrentemente com a perda de jogadores e até mesmo de sua comissão técnica para o futebol países como Arábia Saudita e Egito.

   Vestindo Nike desde 2003, o Corinthians tem o patrocínio mais duradouro do futebol nacional, e estendeu até 2029 o contrato com a marca que lhe paga atualmente R$ 40 milhões por ano. Em uma reação rápida à perda do contrato com o Palmeiras, a Adidas fechou recentemente com o São Paulo, e vestirá os tricolores até 2023. O clube receberá 26% do valor de cada produto vendido pela fornecedora além de R$ 15 milhões anuais.

   O Flamengo é outro gigante do futebol brasileiro que busca um patrocinador máster mas tem atualmente um alto poder de investimento para compor seu elenco, fruto de boas negociações de atletas jovens, como a venda de Vinícius Júnior para o Real Madrid, por R$ 164 milhões. Os rubro-negros têm ainda uma parceria firmada com a Adidas até 2023, e recebe R$ 37 milhões desde 2013 para ir a campo vestindo uniformes da empresa alemã.

   Com faturamento muito menor que os rubro negros os rivais cariocas têm contratos mais modestos. Fluminense e Vasco, patrocinados por Under Armour e Diadora, respectivamente. Os clubes não divulgam o valor destes contratos e informam que têm rendimentos maiores com os royalties que recebem pelas vendas dos produtos que levam suas marcas, com cotas superiores a 20%.

   A Under Armour perdeu há pouco seu contrato com o São Paulo e prevendo que perderia espaço no tricolor para a Adidas, acertou com o Sport - que rompeu com a Adidas - um contrato de R$ 12milhões até 2023. Assim como a Diadora, a Lupo patrocina apenas um clube, o América Mineiro e figura com a Topper entre empresas brasileiras presentes nos clubes da primeira divisão.

   A inglesa Umbro lidera entre as fornecedoras dos vinte times que disputam a Série A em 2018, e patrocina seis clubes. A lista de parcerias impõe respeito, reunindo Atlético Paranaense, Bahia, Chapecoense, Cruzeiro, Grêmio e Santos. Com um modelo de camisas que relembra os uniformes destes clubes na década de 1990, a Umbro se destacou em sua retomada de investimentos no futebol brasileiro.

   A brasileira Topper tem cinco patrocínios firmados com clubes da Série A: Atlético Mineiro, Botafogo, Ceará, Paraná e Vitória. A marca volta a ter uma presença expressiva no Brasileirão, mas nada que se compare ao destaque que teve décadas atrás, quando travava uma disputa pela hegemonia entre os grandes clubes do país com a conterrânea Penalty, e vestiu até mesmo a Seleção Brasileira.

Veja a seguir os valores pagos aos clubes da Série A do Brasileirão em 2018:

ADIDAS (3)

FLAMENGO

Fornecedora: Adidas

Início do contrato: 2013

Encerramento: 2023

Quanto paga: cerca de R$ 37 milhões por ano

PALMEIRAS

Fornecedora: Adidas

Início do contrato: 2006

Encerramento: dezembro de 2018

Quanto paga: cerca de R$ 20 milhões por ano

SÃO PAULO

Fornecedora: Adidas

Início do contrato: 2018

Encerramento: 2023

Quanto paga: R$ 15 milhões anuais pagos pelo patrocínio, 26% de royalties por produto vendido

NIKE (2)

CORINTHIANS

Fornecedora: Nike

Início do contrato: 2003

Encerramento: 2029

Quanto paga: cerca de R$ 40 milhões por ano

INTERNACIONAL

Fornecedora: Nike

Início do contrato: 2012

Encerramento: 2019

Quanto paga: cerca de R$ 15 milhões por ano

TOPPER (5)

ATLÉTICO-MG

Fornecedora: Topper

Início do contrato: 2017

Encerramento: 2021

Quanto paga: cerca de R$ 13 milhões por ano

BOTAFOGO

Fornecedora: Topper

Início do contrato: 2016

Encerramento: 2019

Quanto paga: cerca de R$ 13 milhões por ano

CEARÁ

Fornecedora: Topper

Início do contrato: 2016

Encerramento: 2019

Quanto paga: não divulgado

PARANÁ CLUBE

Fornecedora: Topper

Início do contrato: 2016

Encerramento: 2019

Quanto paga: não divulgado

VITÓRIA

Fornecedora: Topper

Início do contrato: 2017

Encerramento: 2021

Quanto paga: não divulgado

UMBRO (6)

ATLÉTICO-PR

Fornecedora: Umbro

Início do contrato: 1997

Encerramento: O contrato iria até 2017 e o clube ainda não foi procurado para tratar da renovação.

Quanto paga: cerca de R$ 5 milhões por ano

BAHIA

Fornecedora: Umbro

Início do contrato: 2016

Encerramento: 2018

Quanto paga: não divulgado

CHAPECOENSE

Fornecedora: Umbro

Início do contrato: 2010

Encerramento: 2018

Quanto paga: não divulgado

CRUZEIRO

Fornecedora: Umbro

Início do contrato: 2016

Encerramento: 2019

Quanto paga: cerca de R$ 10 milhões por ano

GRÊMIO

Fornecedora: Umbro

Início do contrato: 2015

Encerramento: 2018

Quanto paga: cerca de R$ 17 milhões por ano

SANTOS

Fornecedora: Umbro

Início do contrato com a Umbro: 2018

Encerramento: 2020

Quanto paga: cerca de R$ 8 milhões por ano

UNDER ARMOUR (2)

FLUMINENSE

Fornecedora: Under Armour

Início do contrato: 2017

Encerramento: 2020

Quanto paga: não divulgado

SPORT

Fornecedora: Under Armour

Início do contrato: 2018

Encerramento: julho de 2023

Quanto paga: cerca de R$ 12 milhões por ano

MARCAS COM APENAS UM CLUBE (2)

AMÉRICA-MG

Fornecedora: Lupo

Início do contrato: 2013

Encerramento: 2018

Quanto paga: não divulgado

VASCO

Fornecedora: Diadora

Início do contrato: 2018

Encerramento: 2021

Quanto paga: não divulgado

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