Como Se Preparar para Jogar em Altas Altitudes? O Desafio dos Atletas
Descubra como jogar em altas altitudes afeta o desempenho de atletas e quais estratégias são usadas para enfrentar a falta de oxigênio em locais como La Paz e Cidade do México.
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Foto: Lucas Merçon
Jogar em altas altitudes é um desafio extremo para qualquer atleta. Quando se está em locais como La Paz, na Bolívia, ou Cidade do México, ambos situados a mais de 2.000 metros acima do nível do mar, o corpo sente os efeitos. A altitude elevada significa menos oxigênio disponível, o que gera uma série de mudanças físicas e exige uma preparação especial. Vamos explorar por que jogar nessas condições é tão desafiador e como atletas se preparam para encarar essa “pressão extra”.
1. Por Que a Altitude Afeta o Desempenho?
Em altitudes elevadas, a pressão atmosférica diminui, o que reduz a quantidade de moléculas de oxigênio no ar. Como o corpo depende do oxigênio para gerar energia, essa “falta” de ar afeta diretamente o desempenho. Em outras palavras, o atleta fica ofegante mais rapidamente, com uma capacidade menor de esforço intenso e sustentado.
2. Principais Efeitos no Corpo
- Cansaço rápido: O corpo precisa de mais esforço para levar oxigênio aos músculos, resultando em aumento da frequência cardíaca e da respiração.
- Menor resistência: A falta de oxigênio impacta a resistência física, fazendo com que um atleta que normalmente aguenta 90 minutos de jogo comece a sentir cansaço nos primeiros 20 minutos.
- Sintomas do mal da altitude: Náuseas, tonturas e dores de cabeça são comuns em altitudes elevadas, impactando o foco e o desempenho.
3. Estratégias de Preparação
Para reduzir os impactos da altitude, atletas e equipes adotam algumas estratégias importantes:
- Chegada com antecedência: É comum que atletas cheguem ao local da partida com alguns dias (10 a 14) de antecedência, permitindo que o corpo comece a se adaptar à baixa de oxigênio.
- Treinamento de resistência e força: Exercícios aeróbicos, como corrida e ciclismo, são essenciais para aumentar a capacidade física necessária.
- Treino simulado: Câmaras de altitude simulam a baixa pressão de ar, ajudando o corpo a se acostumar.
- Máscaras de treinamento: Essas máscaras limitam o fluxo de ar e ajudam a fortalecer o sistema respiratório, embora o efeito seja menos potente do que a altitude real.
- Suplementação de ferro: O ferro ajuda na produção de hemoglobina, acelerando a adaptação à altitude.
4. Hidratação e Nutrição
A altitude elevada também significa ar mais seco, fazendo com que o corpo perca água mais rápido, inclusive pela respiração. Manter-se hidratado é essencial. Além disso, alimentos ricos em carboidratos são uma boa opção para fornecer energia rápida.
5. Estratégias no Jogo
Dentro de campo, o ideal é manter um ritmo menos intenso nos primeiros minutos e ir aumentando a intensidade aos poucos. Substituições estratégicas também são comuns para dar fôlego novo ao time.
6. Adaptação Psicológica
Atletas precisam de preparação mental para a altitude. Sabendo dos efeitos físicos, muitos podem se sentir frustrados. Treinos de controle de respiração e mentalização ajudam a reduzir a ansiedade e a manter o foco.
Exemplos Práticos
- Seleção Brasileira na Bolívia: Times como a Seleção Brasileira chegam a La Paz com antecedência ou treinam em cidades de menor altitude, como Cochabamba, para reduzir os efeitos.
- Ciclismo em Altas Altitudes: Ciclistas que competem nos Andes ou nos Alpes treinam meses em altitudes moderadas, melhorando a capacidade pulmonar.
Preparar-se para jogar em altitudes elevadas exige um planejamento específico, que vai além da preparação física. Envolve aclimatação, cuidados nutricionais e psicológicos. Vencer a altitude é uma questão de preparação e resistência, onde superar o cansaço e a respiração curta é tão importante quanto vencer o adversário em campo!
