Das encostas geladas do esqui até as pistas de patinação no gelo, as Olimpíadas de Inverno apresentam alguns dos esportes mais radicais e emocionantes do mundo

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Símbolo Olímpico nos Jogos de Inverno / fonte: Chinalink

As Olimpíadas de Inverno são um evento esportivo global que ocorre a cada quatro anos. A primeira edição dos Jogos Olímpicos de Inverno foi realizada em 1924 na França. Desde então, as Olimpíadas de Inverno cresceram em popularidade e se tornaram um evento de elite no mundo dos esportes. Os Jogos apresentam uma variedade de esportes, sendo 15 no total.

Os Jogos Olímpicos de Inverno são uma celebração da proeza atlética, da resistência e da precisão. Desde as encostas geladas do esqui alpino até as pistas de patinação de velocidade, os jogos apresentam alguns dos esportes mais desafiadores do mundo.

Existem muitos fatores que tornam um esporte desafiador. Algumas das coisas que podem tornar um esporte desafiador incluem:

  • Habilidades Físicas: muitos esportes exigem níveis extremos de condicionamento físico, força e resistência.
  • Habilidades Mentais: muitos esportes exigem que os atletas tenham níveis extremos de concentração e foco.
  • Equipamento: muitos esportes exigem equipamentos caros e complexos que são difíceis de usar.
  • Ambiente: muitos esportes são realizados em condições extremas, como frio intenso ou altitude elevada.

Se você está procurando por um desafio, esses são os esportes para experimentar. Portanto, pegue uma xícara de chocolate quente e vamos mergulhar no mundo dos esportes de inverno.

Os 4 Esportes mais Desafiadores das Olimpíadas de Inverno

Salto de Esqui

O Salto de Esqui é um esporte de alto risco que exige habilidades físicas e mentais extremas, incluindo força, equilíbrio e coordenação. Também exige habilidades mentais, como concentração e coragem.

O Salto de Esqui, às vezes conhecido como Ski Jumping, foi inventado na Noruega, século XIX. Já no início do século XX, Sondre Norheim, o inventor do Esqui moderno, foi o grande responsável por sua expansão pela Europa e América do Norte.

Salto de Esqui
Peter Prevc realizando o Salto de Esqui / fonte: Eurosport
A Dinâmica do Salto de Esqui

O esporte envolve percorrer por uma rampa íngreme especificamente construída, conhecida como in-run, e coberta por neve artificial, até chegar à última rampa e saltar para o ar, pulando o mais longe possível até pousar corretamente, de maneira impecável, aproximando-se tanto quanto possível em relação ao K-Point, também conhecido como Ponto Crítico Aqui, o objetivo do salto de esqui é superar os atletas rivais ao marcar mais pontos com os voos perfeitos.

Entre a posição inicial e a aterrissagem, o esquiador gasta menos de 10 segundos e pode atingir uma velocidade de até 96 km/h. Por isso, a força mental é fundamental para que o salto ocorra sem sobressaltos, além da técnica e do preparo físico. Qualquer imprecisão leva a um salto mais curto, reduzindo a pontuação do atleta.

Os cinco juízes avaliam o estilo de "voo" e a distância percorrida em relação ao Ponto K, além da distância total. Se eles caírem no Ponto Crítico, os saltadores recebem 60 pontos para cada salto. Cada metro abaixo do K-Point resulta em uma pontuação mais baixa e cada metro além da linha resulta em uma pontuação mais alta. O local da barra onde os atletas iniciam a descida da rampa e as condições do vento no momento do salto de cada atleta também são levados em consideração pelos juízes.

Salto de Esqui
Salto de Esqui / foto: Eurosport
Potências Olímpicas do Salto de Esqui

Com 35 medalhas, sendo 11 de ouro, a Noruega é a potência do Salto de Esqui. Graças às suas 10 medalhas de ouro. A Finlândia é a segunda no ranking olímpico com 22 medalhas no total. Por fim, a Áustria assume a terceira posição com 25 medalhas, sendo apenas 6 de ouro. Apesar da supremacia norueguesa no esporte, o finlandês Matti Nykänen lidera a contagem de medalhas nas Olimpíadas, ao conquistar 4 ouros e 1 prata durante sua carreira.

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Salto de Esqui / foto: Getty Images
Skeleton

Considerado uma das modalidades mais radicais das Olimpíadas de Inverno, o Skeleton é um esporte de inverno que consiste em descer por uma pista de gelo, na qual o atleta embarca em um trenó, fabricado em metal e de formato mais flexível ao contorno do corpo humano, acelerando em direção ao solo em alta velocidade. Os atletas se deitam na prancha de barriga para baixo e usam seus corpos para controlar a velocidade e a direção.

De acordo com a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, a primeira corrida de Skeleton reconhecida ocorreu na Suíça em 1884. Os trenós ganharam popularidade como meio de transporte nas terras altas de nações com invernos rigorosos ao longo daquele século. Quando o inglês conhecido como Mister Child fez um trenó que parecia um esqueleto humano em 1892, dando início à origem do esporte.

Equipamentos no Skeleton

Para a prática do esporte, são necessários capacete e sapatos com agulhas minúsculas presas ao solado para ajudar na tração durante a largada. Embora os protetores de cotovelo e ombro sejam opcionais, eles podem ajudar a prevenir lesões e, caso sejam utilizados, devem ser presos ​​sob os macacões, feitos para minimizar a resistência do ar.

O trenó é feito de metal e tem fundo de plástico. Deve pesar, no máximo, 43kg para homens e 35kg para mulheres, e quando somado ao peso dos atletas não pode pesar mais que 115kg e 92kg, respectivamente.

Configuração do Skeleton

Após a largada, os atletas podem correr puxando o trenó quando o juiz iniciante der sinal verde, mas deve se deitar sobre ele até o primeiro ponto de cronometragem. Eles executam quatro descidas, e o jogador com o tempo cumulativo mais rápido vence a competição.

Cinco locais de cronometragem ao longo da pista, que deve conter até 1.650m, sendo que 1.200m a 1.300m devem estar em declive e os 150m finais podem ser de subida, com inclinação máxima de 12°, devem ser colocados e ajustados para medir o tempo até o milésimo de segundo mais próximo, com o primeiro aparelho fixado a cinquenta metros da linha de partida. O trajeto construído deve conter 15 curvas no mínimo. Por fim, as pistas são construídas em concreto e contam com sistema de resfriamento para cobertura de gelo.

O clima, os danos na pista e o mau funcionamento do dispositivo de cronometragem podem interromper brevemente uma competição. A direção da competição pode permitir a um atleta repetir sua descida se houver problemas causados ​​por circunstâncias externas. 

De competição individual, o skeleton é um dos esportes mais perigosos das Olimpíadas de Inverno, pois os atletas podem atingir velocidades superiores a 150Km/h.

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Atleta iniciando sua descida na pista de skeleton / fonte: Viesturs Lacis/IBSF
Patinação Artística

A Patinação Artística é um esporte de inverno que envolve grandes habilidades físicas, como equilíbrio e coordenação, bem como habilidades mentais, como concentração. Os atletas realizam rotinas coreografadas no gelo, que incluem saltos, giros e movimentos acrobáticos.

História da Patinação Artística

A Patinação Artística no gelo é uma ilustração fantástica de como o esporte e a arte podem ser combinados. A modalidade esportiva, que está entre os mais antigos da história da humanidade, ganha recordes de público nas competições das Olimpíadas de Inverno e tem muitos seguidores globais.

A prática da patinação no gelo existe há pelo menos três mil anos, e o século XVIII viu o surgimento da patinação como uma forma de arte. Mas foi o trabalho do norte-americano Jackson Haines, no século XIX, ao combinar elementos característicos do balé e da dança em suas apresentações que ajudou a moldar a Patinação Artística da forma como a conhecemos.

Em meados de 1880, as primeiras disputas surgiram e a União Internacional de Patinação (ISU) foi, então, criada em 1892. Os Campeonatos Mundiais, que ainda hoje são disputados, começaram quatro anos depois. Antes de estrear nos primeiros Jogos Olímpicos de Inverno em 1924, a Patinação Artística entrou no programa dos Jogos Olímpicos de Verão em 1908 e 1920.

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Kamila Valieva pela Copa da Rússia de Patinação Artística / foto: Vladímir Song/Sputnik
A Prática da Patinação Artística

Atletas que praticam Patinação Artística realizam coreografias no gelo usando patins com lâminas côncavas. Nas competições olímpicas, cinco categorias são disputadas: individual feminino e masculino, dança no gelo, dupla e por equipe.

Com o tempo, as diretrizes para a pátina artística mudaram e evoluíram. As competições individuais e duplas estão atualmente disponíveis. Para as apresentações, cada categoria possui uma breve programação, que deve ser elaborada em no máximo 2min:50s no programa curto; e para o programa longo (ou programa livre), 4min:30s nas categorias masculina e mista, enquanto para as mulheres estão limitadas a 4minutos.

As apresentações na patinação artística, assim como em muitos outros esportes ditos estéticos, como a ginástica, são acompanhadas por músicas escolhidas pelos patinadores e seus treinadores para complementar a sequência de elementos.

Um grupo de juízes avalia as apresentações, dando-lhes uma pontuação técnica com base em quão bem cada componente foi realizado, e uma pontuação de apresentação com base em quão bem o desempenho foi executado. Os tópicos abordados nas perguntas abrangem desde as proezas da patinação no gelo até a expressão artística e as interpretações musicais dos esportistas.

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Nicole Della Monica e Matteo Guarise no Campeonato Europeu de Patinagem Artística / foto: Yuri Kadobnov /AFP
Luge

Juntamente com o Bobsleigh e o Skeleton, o Luge é uma das três diferentes modalidades de esporte olímpico de inverno que faz uso de trenós.

Breve História do Luge

O Luge estreou como esporte regulamentado no final do século XIX. Conta-se que uma competição com jogadores de sete países diferentes aconteceu em Davos, na Suíça, em 1883.

Em 1955, 41 anos após o primeiro Campeonato Europeu, foi realizado o primeiro Campeonato Mundial. O Luge estreou nos Jogos Olímpicos de Innsbruck nove anos depois, em 1964, com uma prova mista, uma prova masculina e uma prova feminina. O programa não foi alterado desde então.

Por dentro do Luge

O esporte tem segue as categorias individual, dupla e equipe, com atletas competindo em velocidade média de 140km/h, muito parecido com o skeleton. A diferença está no atleta descer a pista encostando as costas no trenó com a cabeça voltada para trás, desviando o olhar da pista de gelo, que pode conter de 1,2Km a 1,6Km de comprimento.

O trenó usado no luge é composto por uma armação de fibra de carbono compacta com patins modificados presos à base. Ao contrário do skeleton, que tem a boca para baixo e voltada para frente, esse trenó não tem freios nem leme. Usando flanges presas à frente do luge e apoiando seu próprio peso corporal, o piloto dirige a descida e muda de direção.

Luge
Atleta realizando descida no Luge / fonte: COI

Os atletas devem usar capacete aerodinâmico, botas de alta resistência, viseiras e luvas com microagulhas para praticar o Luge. O participante é colocado no trenó antes do início. As barras de metal presas ao lado da pista servem para dar o impulso inicial. O competidor, então, utiliza suas luvas especiais para criar fricção no gelo e acelerar ainda mais antes de se deitar no aparelho.

Alemanha e Áustria são as nações potência praticantes do luge.

Créditos: TV Cultura/YouTube

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